A sola dos pés tocou delicadamente o chão de madeira escura e impulsionou-se para cima, andando em direção ao espelho sujo no meio do quarto escuro. Havia poeira na superfície liso do vidro - só mais uma mostra de que o tempo havia passado. Tirou o pó com a palma da mão e encarou-se, deixando-se afogar no azul dos olhos.
Não tinha percebido como seu cabelo estava opaco, sua pele translucida, seus olhos mortos. Ela estava vazia, oca. Quase podia ouvir o eco quando seu coração batia. Não lembrava-se de quando tinha-se deixado morrer. Em que espelho deixara perdida sua alma.
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