Friday, 29 January 2010

i can read a book ♪

" Fade in. Exterior. Noite. Lanchonete. Um homem de beleza incomum está sentado em uma mesa escrevendo em seu laptop solitário um romance que o tirará da miséria e lhe dará a casa própria. Era noite de lua cheia. Podia-se ouvir crianças brincando perto dali; ele sorria ao ouvir o som de suas risadas. De repente ele desvia o olhar de sua história e olha para o lado. Uma bela jovem aparece em seu caminho. Seus olhares se cruzam. Naquele instante um clarão surge no céu e um meteoro flamejante atinge a Terra. Os dois apesar de não se conheceram dão as mãos e correm para a porta dos fundos da lanchonete. Tudo esta um caos – o céu estava de um cinza horripilante, as árvores se recurvavam e tombavam para o chão, placas já voavam, podia-se ver um furacão vindo ao longe e sentir o leve estremecer do solo a seus pés, placas voavam de encontro as pessoas, ouvia-se choro e gritos de terror por toda parte – eles não acharam lugar para se esconder. Tudo tremeu de uma forma brusca e eles foram arremessados de encontro a uma parede, uma árvore tombou sobre eles esmagando-os. Já não se via mais a lua. (...)De repente, eu abri os olhos e fitei o alto. Pode-se dizer que fiquei maravilhada. Eu acordei do meu torpor, do meu desmaio subseqüente, daquele pesadelo que eu vivi estando acordada. Então comecei a ouvir. Não que não estivesse ouvindo nada, simplesmente ainda não havia notado a presença de outros sons em meus ouvidos a não ser meu coração que ainda estava vivo e palpitava em meu peito. Por dentre essa confusão comecei a ouvir. Ouvi vozes bem familiares, o rufar de folhas sob meus pés, água corrente em algum lugar meio distante, mas ainda sim muito próximo, respirações perto de mim, pegadas de animais e, uma coisa que novamente me assustou, um vento muito familiar e não assim tão normal. Foi então que eu realmente ouvi: não eram vozes conversando calmamente, eram gritos mudos e obscenidades sendo gritadas em voz baixa; não eram folhas voando com a brisa leve, eram árvores praticamente se curvando ao vento e a água, como se não houvesse forças mais para que não tombassem; não era água corrente, era uma tempestade de lágrimas e água do céu que se derramava ao meu lado – sendo as lágrimas - e um tanto distantes – sendo a chuva; não eram respirações normais, eram respirações arfantes e desesperadas; não eram pegadas de animais amassando as folhas secas do outono, era uma corrida de animas enormes esmagando tudo em seu caminho, como que para fugir de um destino esmagador; e, ainda assim, o vento não deixara de ser familiar e incomum – a única coisa que não pude perceber mudança alguma. Só depois de prestar a devida atenção é que eu percebi o que estava acontecendo. Fiquei apavorada.
Como no despertar de um sonho, eu vi; eu os vi, eu nos vi, eu vi a tudo. Era um caos. Muitas pessoas estavam amontoadas sobre um corpo realmente muito pálido, e que não parecia estar em uma posição muito confortável ou agradável, mas parecia estar daquele jeito a horas. Aquelas pessoas me eram todas conhecidas, e eu percebi o espanto nos olhos delas. Elas corriam e voltavam, iam e vinham, se escondiam e reapareciam. Era tenebroso de se ver aquilo. Tinha muitos guardas próximos por ali, alguns deles até pareciam muito chocados, e muito tristes – um chorava. Havia ali também um homem, que eu não reconheci mas que me parecia muito familiar. Um loiro alto e de olhos verdes cor de musgo. Ele me fitava. Um brilho veio de sua mão esquerda, feriu meus olhos e me fez desviar o olhar. Eu não conseguia entender aquela situação, estava tudo muito confuso. Olhei para cima, ainda não tinha percebido se era dia ou noite. Então me deparei com uma parede. Não uma parede qualquer, não uma parede em cima de minha cabeça; uma parede de pedra, que era íngreme e ia subindo. E, ao vê-la, me dei conta do que estava acontecendo. Estávamos todos ao chão de um penhasco, a reta final de um. Olhei-o bem, e então levei um choque. Era o meu penhasco. O penhasco que me havia parado algum tempo atrás, o penhasco que me fizera recuar, o penhasco do qual eu quase me jogara acidentalmente, o penhasco do qual eu o vira, o penhasco do qual eu vira Jean. Então, finalmente, eu compreendi a situação. Olhei de novo para aquilo que jazia morto e parado a meus pés, e me dei conta de duas coisas, simultaneamente. Primeira: nenhuma daquelas pessoas me notava, até eu não me notaria se estivesse olhando de fora, se fosse uma observadora; meu corpo não tinha substância, não era palpável, não era concreto; era uma poeira, uma brisa. Segunda: aquele corpo era meu. Aquela pessoa era eu. Aquele penhasco era meu. Aquelas pessoas eram meus familiares e amigos. Eu estava morta, eu havia me jogado do penhasco. Não, não parecia provável, não era possível. O penhasco havia me parado, eu havia tido minha ilusão, eu havia desmaiado a dez metros de distância da beira do penhasco, eu não queria me suicidar. Aquilo era impossível, improvável de mais. Era um sonho, só podia ser um sonho, tinha que ser um sonho. Meu corpo jogado no chão e meu espírito olhando-o sem perceber quem era. Como? Tinha de haver alguma confusão, alguma troca de corpos, alguma ilusão, algum sonho, algum engano. Eu não pulei daquele penhasco, eu não fui jogada daquele penhasco. Eu não podia estar estatelada no chão, morta. Pensando nisso, comecei a chorar. Minhas lágrimas eram cor de púrpura, eram lindas. Elas faziam desenhos no ar e tocavam a pele de meu eu morto. Quando ela tocou minha pele, eu senti em mim. E senti o vento a secando, e me deixando fria. Assim que o vento soprou notei que aquilo era estranho demais para ser real, e complexo demais para ser um sonho. Fitando o chão percebi que não havia mais folhas, nem sangue, nem pés; olhando para frente percebi que não havia mais pessoas, nem água, nem vento, nem animais; olhando para cima vi que não havia mais penhasco, nem céu, nem sol ou chuva. Olhei para onde meu corpo estava e não estava mais lá. Eu estava em um espaço em branco, um espaço claro – claro como a luz da escada que dá para o céu. Era errado, definitivamente errado. "
sim, eu quero tentar escrever um livro. eu ia colocar essa parte inteira, mas era coisa demais. sepá que um dia eu coloco todas as partes. esse eu tenho completo, mas tem um outro que eu perdi toda a edição que eu tinha feito e to sem o final dessa parte, pq ta no outro pc. mas eu realmente preciso que comentem, quero mt mt mt saber se isso tá bom. 1bjs :*

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