Saturday, 30 January 2010

platônico, incondicional

Podia ver minhas mãos tremendo e meus olhos adendo, se avermelhando. Meu coração estava num disparate, minhas pernas estavam bambas e o vento ricocheteava meus cabelos, que voavam loucamente para cima – como se algo lá os chamasse. Havia milhões de vozes histéricas e ansiosas gritando em meus ouvidos. Eu via e sentia diversos papéis e notas diversas voando ao meu lado. A realidade estava prestes a me atingir e eu não me importava. Nada me importava. Eu estava para acordar e deixar os problemas para trás de mim por alguns segundos. Se o mundo fosse desabar nesse momento eu pediria para o caos esperar, ou simplesmente, o ignoraria. Assim como estava ignorando o caos já formado; aquela loucura a minha volta que parecia irreal. Então, num segundo imensurável minha respiração sumiu. Tive que recuperar o fôlego e conter as lágrimas. Não pude agüentar por muito tempo; tudo aconteceu rápido demais e me senti oscilar. Mas não podia desmaiar, não agora; Precisava estar lúcida nesse momento; por que algo me apareceu: Um anjo. O anjo. O meu anjo. tudo que estava em minha fosca linha de visão, era tudo que eu via. E sem perceber corri atropelando aquela multidão e me joguei em seus braços, que, por uma dádiva, corresponderam meu abraço e senti que já poderiam vir me buscar. Porque a felicidade plena já estava completa e o me sonho realizado. O mundo já girava normalmente, tudo estava colorido e eu já podia respirar outra vez com alguma normalidade.
E isso não passa da minha imaginação.

[to: Elidio Augusto Sanna, eu te amo]

No comments:

Post a Comment

pour your heart out