ela assistia o show de horrores passar diante de seus olhos mantendo-se impassível. engolia as lágrimas com uma frieza anormal e deixava o calor dos abraços a muito distantes para outro dia. fitava o vento e sentia assombro, sentia a amargura correndo pura por suas veias, sentia os pedaços fragmentados de um coração lhe corroerem o peito. suas mãos tremiam, seus olhos ardiam, a maquiagem estava borrada. mas por fora, o seu sorriso era o mesmo. Impassível, imutável, indescritível. foi gritar e criar cultura em outro lugar, foi alugar vida melhor para a morte, foi se emudecer em discussões. foi ignorada pelo céu, saiu intacta e despedaçada. "e por favor, acredite quando digo que te amo", os pensamentos circundavam sua mente e a inundavam de pavor. as lágrimas agora transbordavam, as palavras saiam em um jato e as sombras a respondiam. corria para longe, mas não se atrevia a sair do lugar. seu coração doía mais que tudo e a dor igual ao calor ardente em suas veias, era ignorado por pura repugnância. O tempo não cura nada, ele apenas desloca o incurável do centro das atenções.
ela ainda não chegou a essa parte. ela ainda esta vivendo no Outono, outrora.
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