Desistir? É. Ainda parece uma boa idéia. Pode ser que utilizando dela eu consiga secar as palavras que correm de meus olhos. Pode ser que seguindo as idéias que todos reprovariam, eu consiga reconstruir meu coração; quem sabe eu não consiga anestesiá-lo a ponto de não mais sentir. Nada. Nunca. Seria bom, seria ótimo, seria perfeito. Camuflar os sentimentos já esta se tornando impossível, já esta sendo um fardo maior do que era. É um peso que eu não agüento carregar, o mundo se tornou pequeno em comparação. Parece tão ridículo ter que me calar e fingir esquecer enquanto as palavras saltam loucamente de meus lábios. Pode parecer, mas não é. Assim eu evito que meu coração se expresse, eu evito que ele grite, que ele me envergonhe perante o nada. Perante a mim. Melhor deixar a noite se estender a minha frente do que ter que me cegar a luz do sol. O frio da noite me aquece, me queima por dentro. As palavras surdas no escuro anestesiam a dor. Com o sol é diferente, com o calor dos abraços apaixonados tudo dói mais. Não quero voltar a sentir. Preciso me prender na escuridão, no silêncio, longe dos olhares que julgam calculadamente. Não vou cair cada vez mais, mantenho preferência por não chegar ao fundo do poço. Minhas forças para a subida teriam se esgotado na queda.
Isso que escorrem por meus olhos? Chamam-se lágrimas. E você nunca as teve.
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