Friday 13 August 2010

Medo


É o medo que toma conta. É o medo que revira estômagos, bagunça mentes, bambeia pernas, faz suar as palmas da mão. É o medo que prevalece sempre, a qualquer hora, a qualquer circunstância. É ele que me toma, que faz-me querer voltar atras, faz-me querer fugir, faz-me querer admitir tudo quanto possível e irreal para escapar. É o medo, doce, palpável, irreal, presente. É o simples medo, o medo que tu me causas, o medo que eu me causo, o medo que me prende em mim. É o meu medo imaginário que me prendeu aqui distância e o seu medo concreto e real que fez-te correr de mim e deixar-me a criar raízes a sua espera. É o medo que embala as doces canções de ninar e põe-nos na inconsciência doce do sono infantil; é o medo que circula e encontra brechas para penetrar em todos meus pensamentos, falas e movimentos; é o medo que vivencio, que sinto, que admiro.
Sei que estou segura, mas o medo me fascina.