Friday 10 January 2014

Perguntara-se, olhos vermelhos a frente d'um espelho rachado
Quando
quando perdera a contagem dos dias
E a coragem
Quando deixara-se ludibriar por si mesma
louvando sonhos de papel
Acreditara que poderia alcançar dez mil pés
e repousar sorrindo
Negara tão fortemente a mídia e sua influência
Mas afogara-se nesta

Poemas
Poesias
Textos abortados
Melancolias
Dinheiro-de-chiclete
Esperanças-de-porvir
Olhos-de-rubi
Cabelos-d'esmeralda
Pés descalços
Alma rala
Cantorias tristes ao pé-da-cama
E cospe sobre si
E em ti
E tem em mãos a perfeição
e a desistência
E sorri
Em meio a lágrimas e fumaça e borrões
Sem talento, sem teto, sem dinheiro
Sem amor
Sem calor
Treme na calada da noite
Implora a ti por qualquer promessa vã , efêmera e teatral
E
Cansaço-de-cada-dia-nos-dai-hoje
E a cachaça amarga a lhe corroer os tons
E a nicotina enegrecendo-lhe os lábios
Rachados
Desbotados
E eras bela
E sois
E estas perdida-doída-corroída

Vomita blasfêmias
Chora rios de insultos e
Lhe beija os dedos
Acaricia-lhe o rosto, corre os dedos pelo cabelo cor-de-mel
Corta-lhe os pulsos
Rasga-lhe o peito
Chora, chora, grita, esperneia, descabela-se, pede perdão, volta, senta ao pé da mesa, apoia as coxas nas tuas, quebra-lhe a alma, lhe sorri torto de canto
Dá meia-volta
Uma pirueta
E sai pela porta
Sem olhar em teus olhos,
para não ter medo de voltar
Para não acreditar
Que ainda lhe sobra um'alma no peito frio

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